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Parceria envolve a logística reversa
23/02/2011
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Davilym Dourado/Valor

A Neoenergia tem parceria com a Whirlpool no programa de eficiência energética. No caso da Coelba, que distribui energia na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a parceria é de ponta a ponta: venda da geladeira nova, recolhimento da usada e destinação correta da sucata. Os eletrodomésticos descartados são enviados para a Central de Reciclagem de Joinville (SC), onde a empresa separa os materiais pós-consumo e encaminha para novas utilizações. A Whirlpool espera a aprovação dos acordos setoriais da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), quando será oficializada a responsabilidade compartilhada entre indústria, varejo e consumidor.

"Há cerca de 10 milhões de refrigeradores com mais de cinco anos que devem ser substituídos por modelos mais eficientes e econômicos", diz Armando Valle Júnior, vice-presidente de relações institucionais da Whirlpool, que fabrica as marcas Consul e Brastemp. "A troca é a forma mais efetiva de redução do consumo de energia".

A cada dez anos, segundo Valle, a empresa coloca no mercado produtos que economizam entre 40% e 50% de energia em relação à geração anterior. Geladeiras desenvolvidas nos últimos três anos consomem 23 kWh/mês de energia, exatamente metade dos 46 kWh/mês que gastam os refrigeradores com dez anos ou mais. Os novos da Consul, que a Coelba compra da Whirlpool por R$ 690 para entregar ao consumidor de baixa renda na Bahia, têm gás isobutano e espuma com isolamento térmico. "São gases que não danificam a camada de ozônio e têm redução do impacto de efeito estufa."

A central de reciclagem da Whirlpool em Joinville iniciou as operações em 2005. Desde então, reciclou 2.130 toneladas de resíduos de refrigeradores, além de 1,8 tonelada de gases CFC e HCFC. Segundo ele, a central recupera até 90% dos materiais encaminhados. "Reciclagem é uma tecnologia que precisa ser sempre apurada. O reciclador deve oferecer um certificado de que cada material será encaminhado para o lugar correto". A logística reversa da Whirlpool é o único programa, segundo Valle, que recebe eletrodomésticos oriundos de projetos de troca incentivada, acompanha o descarte e encaminha os materiais.

"Se houver uma política brasileira de troca de aparelhos e eficiência energética, o ciclo pode acelerar e incentivar o empreendimento de novas centrais", diz Valle. Além de trazer o consumidor à formalidade, vai beneficiar um mercado de grandes recicladores de eletrodomésticos usados. "A reciclagem de materiais é uma atividade econômica nova, que tem muito espaço para crescer", diz.

De olho na economia de consumo, o governo federal lançou há cerca de dois anos um programa de substituição de 10 milhões de geladeiras. O projeto ainda dorme nas gavetas do Ministério das Minas e Energia, mas, segundo Valle, é uma política que poderá dar certo assim que forem fechados os acordos setoriais. O grande apelo do projeto é o consumo justo de energia. Embora a meta seja a troca de 10 milhões de geladeiras, Valle calcula que se, a princípio, fossem substituídos 5 milhões de unidades, a operação representaria de imediato uma economia equivalente ao potencial de uma das onze turbinas de Itaipu - cerca de 700 MW, suficiente para atender uma cidade de 2 milhões de habitantes, como Guarulhos ou Manaus. (S.T.)


Por Valor Econômico - SP - De São Paulo

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