As ações de sustentabilidade têm conquistado cada vez mais espaço nas estratégias de negócios das empresas, que levam em consideração o uso racional de recursos. Por isso, além de se preocuparem com a reengenharia de seus produtos, em que se busca a inovação tecnológica dentro da chamada produção ecologicamente correta, empresários do setor de componentes decidiram incorporar novas rotinas sustentáveis em sua atuação responsável. Trata-se do Projeto Logística Reversa, criado pelo Grupo Setorial Adesivos da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal), que busca a destinação correta para as embalagens de adesivos, uma inciativa pioneira no Rio Grande do Sul.
Atualmente, quatro indústrias - Artecola, Bertoncini, Amazonas e Killing - já estão engajadas no projeto, em consonância ao Decreto Estadual 38.356/98 Art 1º e 8º, legislação que torna obrigatória a destinação correta das embalagens. De acordo com Márcio Veeck, gerente comercial da Bertoncini Indústrias Químicas, de Novo Hamburgo, até o momento, cada empresa se responsabilizava individualmente pelo descarte.
“Nosso negócio, como empresa, é produzir e vender adesivos, não dá para desviar a atenção para outras questões. Por isso, decidimos delegar essa tarefa e centralizar todo o processo na Ecosystem, que atuará como ponto de coleta desses materiais”, comentou, acrescentando que como o projeto é piloto, depois será feita uma avaliação dos resultados, o que poderá desencadear a criação de mais pontos de coletas em outras cidades da região.
O projeto prevê o recebimento de embalagens de empresas de todo o Vale do Sinos. O diretor da hamburguense Ecosytem, Gilmar Adriano de Oliveira, acredita que, inicialmente, devem chegar à empresa em torno de 3 mil latas por mês, volume que deve aumentar nos próximos anos. “Todas as embalagens vão ser encaminhadas para siderúrgica, onde serão derretidas e transformadas em novos materiais, como vergalhões, parafusos e pregos”, explicou Oliveira.
O que é logística reversa
Na prática, a logística reversa diz que as embalagens são de responsabilidade dos fabricantes, que devem criar um sistema para destinação do produto à reciclagem.
SAIBA MAIS
Em 2010, o Brasil aprovou após duas décadas de discussões a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa política procura organizar a forma como o país trata o lixo, incentivando a reciclagem e a sustentabilidade. Com a aprovação da política, foi elaborado o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, cujo texto passou por um processo de consulta pública.
A nova lei, já sancionada, está em fase de implementação. Estados e municípios têm até 2012 para definir o modelo de recolhimento, reciclagem e destinação final dos resíduos.
Até 2014 não devem mais existir lixões a céu aberto no Brasil. No lugar deles, devem ser criados aterros controlados ou aterros sanitários. Os aterros têm preparo no solo para evitar a contaminação de lençol freático, captam o chorume que resulta da degradação do lixo e contam com a queima do metano para gerar energia; só rejeitos (aquela parte do lixo que não tem como ser reciclado) poderão ser encaminhados aos aterros sanitários
Fonte: NetMarinha