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Logística Reversa como Fonte de Vantagem Competitiva e Sustentabilidade
15/05/2012
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Uma reflexão teórica sobre a aplicação da teoria da logística reversa nas organizações, como fonte de vantagem competitiva e sustentabilidade econômica e ecológica. Para que possamos pensar em benefícios e prejuízos para os indivíduos, às organizações, à sociedade e ao meio ambiente.

Contextualização da temática

Com a atual preocupação com o desenvolvimento econômico, social e ambiental das nações, as pesquisas em estudos organizacionais podem contribuir para a melhoria das condições de vida dos indivíduos e também com questões ambientais emergentes.

Neste campo de estudos, a logística reversa vem sendo estudada recentemente no ambiente acadêmico. E Algumas organizações estão colocando em prática. Mas a busca por competitividade em prol da redução de custos talvez seja um desafio às organizações. Pois a percepção de que atividades ligadas a sustentabilidade possam onerar os custos de produção ainda podem ser efeitos de percepções culturais dos indivíduos.

Neste ponto, as pesquisas acadêmicas podem contribuir para reduzir este impacto no mercado. Por meio de uma conscientização da sociedade pela diminuição de impactos ambientais e também na melhoria da imagem da organização perante o consumidor ou clientes. Ou seja, que se traduza em competitividade perante consumidores e concorrentes.

Portanto, realizar uma investigação que trate ao mesmo tempo de desafio ambientais, da sustentabilidade, da vantagem competitiva e também da logística reversa. Portanto, buscar conclusões sobre a vida organizacional saudável e que contribua positivamente com o meio ambiente e a sociedade.

Entretanto, há estudos que apontam para a obtenção de vantagens competitivas com a utilização de canais de distribuição reversos nas empresas por meio do retorno do mercado de materiais que podem ser desenvolvidos produtos, embalagens e informações (LEITE, 2006). Apesar de um grande número de pesquisa sobre logística, há uma pequena quantidade que estuda a análise estratégica da logística e com suas principais políticas (WANKE, 2005). A logística reversa cria uma sensibilidade ecológica nas organizações e também se preocupa com os objetivos econômicos. Por isso a intenção de investigar a logística reversa e a sustentabilidade na perspectiva da geração de vantagem competitiva às organizações.

Os objetivos de uma pesquisa nesta área pode ser: a) investigar as vantagens competitivas de organizações que adotaram a logística reversa em sua gestão; b) conhecer os desafios da utilização da logística reversa como ferramenta estratégica; c) analisar os resultados econômicos, sociais e ambientais da prática da logística reserva no mercado.

A possibilidade do desenvolvimento de ferramentas organizacionais que proporcionem o crescimento econômico das organizações e da sociedade, mas ao mesmo tempo tenham compromissos sociais e ambientais. Pois a necessidade de objetivar um equilíbrio pode ser considerado eminente no atual ritmo de crescimento das nações, com perspectivas econômicas principalmente. E as ações sociais e ambientais se restringem a poucos grupos.

Então, investigar a possibilidade de desenvolvimento econômico, com retorno aos investidores e distribuição de benefícios aos stakeholders. Mas também ter como objetivo organizacional a melhoria das condições de vida da população e a preservação de recursos naturais, ou pelo a redução dos impactos.

As pesquisas nesta área precisam de uma evolução no conhecimento do comportamento das empresas em relação às ações adotadas na condução da logística reversa empresarial e ao mesmo tempo sugerem o desmembramento destas variáveis de forma a ser estudadas mais detalhadamente. Portanto, novos conhecimentos poderão ser adquiridos através de novas investigações sobre as possíveis diferenças de conduta em Logística Reversa em função da natureza da empresa, do tamanho da empresa, de sua posição na cadeia de suprimentos, do valor agregado do produto retornado, entre outros aspectos ainda pouco conhecidos (LEITE, 2011).

Mas também de conhecer Desta forma ficou claro a necessidade de conhecer melhor os custos envolvidos, o impacto da implantação da logística reversa na imagem

das empresas envolvidas, os obstáculos, além de propiciar um modelo metodológico possível de ser aplicado em outras cadeias reversas (MEI; CHRISTIANI; LEITE, 2011).

Por isso a intenção de aproximar estudos nas áreas de logística reversa, sustentabilidade e vantagem competitiva.

Breve Fundamentação Teórica

Nesta seção, uma breve consideração teórica sobre logística reversa, desenvolvimento sustentável e competitividade.

A logística reversa está relacionada aos objetivos estratégicos da organização. Pois se preocupa com a competitividade organizacional, com os clientes, respeito a legislação, a busca por resultados econômicos à organização e valorização dos ativos (LEITE, 2006).

Porter (2006) diz que na estratégia de diferenciação é necessário diferenciar o produto ou serviço pela criação de algo único no mercado. Pode ser pela imagem da marca, tecnologia, serviços específicos e fornecedores. A diferenciação proporciona um posicionamento positivo em relação a concorrência e consumidores.

Montibeller-Filho (2008) apresenta o desenvolvimento sustentável em forma de dimensões, componentes e objetivos. Tendo as dimensões da sustentabilidade social, econômica, ecológica, espacial/geográfica e cultural. E os respectivos objetivos de reduzir desigualdades sociais, aumento da produção e da riqueza social, melhoria da qualidade do meio ambiente e preservação de recursos naturais e energéticos, evitar excesso de aglomerações e evitar conflitos culturais com potencial regressivo. O autor ainda defende a produção nacional socialmente responsável (PIB verde).

Brito e Berardi (2010) pesquisaram sobre a responsabilidade socioambiental no campo da Administração, chegando ao aspecto mais estratégico da gestão de recursos

naturais e da capacidade da relação com os stakeholders de levar a uma vantagem competitiva para a empresa. Verificaram a evolução dos temas socioambientais na relação com os parceiros da cadeia de suprimentos e quais são os tipos de definições trazidas para uma tentativa de inserir a sustentabilidade nessas relações.

Os autores concluem que o alinhamento estratégico e a geração de vantagem competitiva são vislumbrados na literatura de cadeia de suprimento verde e cadeia de suprimento sustentável. E que a necessidade de elaboração de novos estudos deveria endereçar as diferenças entre os campos teórico e prático. O aprofundamento na investigação das relações poderá trazer à luz as motivações das empresas ao expandir a relação com seus stakeholders e as dificuldades delas em desenvolver soluções conjuntas. Dessa forma, a Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos alinha-se com as prioridades estratégicas da empresa, tanto na sua necessidade de legitimação como na busca de competitividade. Por fim, a questão de desempenho econômico e ambiental está presente em grande parte dos estudos; no entanto, a origem da vantagem competitiva não está no desempenho, mas manifesta-se nele. Enquanto o desenvolvimento de recursos e capacidades for restrito, a manutenção do desempenho não pode ser considerada sustentada por uma vantagem competitiva (BRITO; BERARDI, 2010).

Sugestão de Metodologia para Pesquisa na Área

Realizar uma pesquisa qualitativa em organizações que utilizem a logística reversa em sua gestão. Para poder colher informações sobre os desafios dessa implantação, as dificuldades encontradas e principalmente os resultados econômicos, sociais e ambientais. Bem como o nível de competitividade da organização no mercado.

O estudo de caso possibilita uma pesquisa específica em seu contexto, com a base em múltiplas fontes de dados e oferece uma visão holística do fenômeno estudado da situação complexa e relevante de pesquisa (ALVES-MAZZOTTI, 2006).

Um estudo de caso também proporciona uma investigação dos fenômenos humanos e sociais, com destaque para o estudo de caso qualitativo e a sua utilização na área de organizações (GODOY, 2007). A autora considera a versatilidade do estudo de caso tem contribuído para a sua disseminação em estudos organizacionais.

Entrevistar gestores que adotaram a logística reversa como ferramenta de gestão em algumas organizações. Na entrevista, o embasamento da entrevista em um tema específico poderá não ser incompatível com a profundidade das experiências de vida, atitudes e valores dos pesquisados. Pois nos estudos organizacionais a tematização e profundidade precisam caminhar juntas.

A utilização dessa prática permite obter uma grande quantidade de informações, oferecendo ao investigador a oportunidade do aprofundamento de pontos relevantes e inserir-se num processo de perguntas e respostas que proporcionam uma conversação franca, aberta, direta e flexível.

Algumas Referências Importantes

ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de pesquisa. São Paulo, v. 36, n. 129, p. 637-651, set./dez. 2006.
BRITO, R. P.; BERARDI, P. C. Vantagem competitiva na gestão sustentável da cadeia de suprimentos: um meta estudo. Revista de Administração de Empresas – RAE. São Paulo, v. 50, n. 2, abr./jun. 2010.
GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R.; SILVA, A. B. (orgs.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais – paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, P. R. Empresas brasileiras adotam políticas de logística reversa relacionada com o motivo de retorno e como direcionador estratégico? XXXIV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – XXXIV EnANPAD 2010. Anais... Rio de Janeiro/RJ, 25 a 29 de setembro de 2010.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2ª reimpr. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MEI, L. B.; CHRISTIANI, V. S.; LEITE, P. R. A logística reversa no retorno de óleo de cozinha usado. XXXV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – XXXV EnANPAD 2011. Anais... Rio de Janeiro/RJ, 04 a 07 de setembro de 2011.
MINTZBER, H.; QUINN, J. B. O processo da estratégia. 3ª ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001.
MOTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 3ª ed. ver. E atual. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.
PORTER, M. E. Competição. Ed. ver. E ampl. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústria e da concorrência. 2ª ed. 9ª reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentado um desempenho superior. 26ª reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989.
RAZZOLINI FILHO, E. Logística: evolução na administração – desempenho e flexibilidade. 1ª ed. 3ª reimpr. Curitiba: Juruá, 2011.
TANURE, B. Gestão à brasileira: somos ou não diferentes?: uma comparação com América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia, 2ª ed. 2ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.
WANKE, P. F. Dinâmica da estratégia logística de empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas – RAE. São Paulo, v. 45, n. 4, out./dez. 2005.


Fonte: Administradores.com.br

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