Os consumidores buscam informações sobre os impactos dos produtos e processos no meio ambiente, exigindo das empresas uma postura mais transparente com o meio ambiente, a chamada mentalidade de eco desenvolvimento.
A proteção do meio ambiente não se limita mais na conservação, mas sim, na coordenação, racionalização e revitalização dos recursos naturais, garantindo o reaproveitamento e preservação.
Diante deste cenário, podemos citar a Logística Reversa como uma ferramenta que proporciona às empresas uma metodologia de processo de destinação adequada de materiais descartados pelo consumidor (produtos de pós-consumo e produtos reversos de pós-venda).
Com a adoção da logística reversa, as empresas passam a agregar valor econômico, social e ecológico. Existe a ramificação da logística reversa, na qual temos os produtos de pós-consumo, que são os bens usados que não apresentam mais interesse ao primeiro possuidor e produtos reversos de pós-venda, que apresentam pouco ou sem nenhum uso.
A indústria moveleira, por exemplo, pode utilizar-se da logística reversa dos produtos de pós-venda e ou pós-consumo, tendo retorno financeiro imediato com a redução do uso de matéria prima, aumentando o lucro e contribuindo na preservação do meio ambiente, o que melhora a sua imagem perante a sociedade.
O principal desafio da utilização da logística reversa para o setor moveleiro é o alto investimento em canais reversos para o retorno de uma pequena quantidade de produtos. A solução para este desafio pode ser encontrada através de três etapas: demanda, transporte e armazenagem.
A primeira etapa seria o caminho adotado pela SIMOV (Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná), que condiz em uma criação de um Centro de Resíduos para o setor Moveleiro. Dentro deste tópico, deve-se planejar todo o processo, que envolve o recebimento dos materiais, a inspeção e separação das madeiras dos acessórios e, por fim, o armazenamento e disponibilização para o reprocessamento. Para garantir este processo, é impescindível a utilização de uma ferramenta de WMS (Warehouse Management System), que garantirá acuracidade nas informações e agilidade nos processos.
A segunda etapa é preparar e planejar a modalidade de transporte, possibilitando a busca dos produtos em diversos pontos de forma roteirizada. Para que o transporte possa ser lucrativo, é necessário o uso de um TMS (Transportation Management Systems), ferramenta de tecnologia de informação que possibilita a gestão, geração dedados sobre os custos operacionais e administrativos, comparativo de rentabilidade dos clientes e das rotas atendidas e disponibilização das informações para validação, ou seja, se todos os custos estão contemplados e devidamente rateados e o monitoramento contínuo do processo.
Já a terceira etapa está focada nas campanhas de marketing que busquem conscientizar e promover o descarte dos produtos já utilizados. Neste tópico, pode se citar, como exemplo, uma campanha que fomente a troca de bens usados por novos.
Em resumo, para o segmento do setor Moveleiro, os benefícios que a Logística Reversa oferece estão diretamente ligados à tecnologia, estrutura e recursos disponibilizados ao pilar demanda, transporte e armazenagem. Com a equalização de investimentos e esforços nestes tópicos, o volume de matéria prima adquirida irá cobrir os investimentos e se tornará mais viável - do ponto de vista econômico e sustentável - que a matéria prima tradicional.
O que inicialmente era visto somente como preocupação no atendimento à legislação ambiental, acaba se transformando em uma importante fonte de receita para as empresas do setor moveleiro, proporcionando um diferencial estratégico tanto para a marca, quanto para o quesito econômico.
Fonte: http://conteudo.portalmoveleiro.com.br/visualiza-noticia.php?cdNoticia=27041