Setores produtivos do Paraná estão colocando em prática a política de logística reversa do Estado. Nesta semana, sindicatos que integram a Central de Valorização de Materiais Recicláveis apresentaram na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) um relatório com os resultados do projeto que retira do meio ambiente embalagens vazias como garrafas, papel e papelão, plásticos, metais e outros materiais que são destinados à reciclagem.
Entre abril de 2012 e janeiro de 2015, a primeira unidade do projeto, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, processou mais de 7 mil toneladas de materiais. Este ano começam a funcionar outras duas centrais, uma em Maringá e outra em Londrina, e até 2016 as regiões de Cascavel, Francisco Beltrão e Guarapuava também terão unidades do projeto, totalizando cobertura de 85% do Estado.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, lembrou da responsabilidade dos setores produtivos com a logística reversa e com o meio ambiente. “Existe uma questão de ordem legal, que se as empresas não buscarem soluções, podem incorrer em multas, mas existe principalmente a consciência de que a indústria tem responsabilidade na questão dos resíduos sólidos”, disse.
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos tem um termo de compromisso de logística reversa assinado com o Sindicato da Indústria de Bebidas do Paraná, coordenador do projeto da Central de Valorização de Materiais Recicláveis. Hoje também integram o projeto os sindicatos paranaenses das indústrias de Plástico, do Leite, de Papel e Celulose e da Mandioca. “A destinação de embalagens é um coisa ampla e é importante que os setores estejam envolvidos para que a solução seja compartilhada” destacou o presidente do Sindibebidas, Nilo Cini Junior.
COMO FUNCIONA – Além de beneficiar o meio ambiente, a Central de Valorização de Materiais Recicláveis tem ainda um forte componente social, pois estimula o associativismo e melhora a renda dos catadores. São eles que recolhem as embalagens e levam para as associações, onde é feita a primeira triagem.
A Central, que fica num raio de 100 quilômetros das associações, faz a comercialização direta do material, eliminando os atravessadores. O lucro é dividido entre os catadores. Atualmente, 550 catadores têm uma renda média mensal de R$ 1.200,00. São 31 associações que participam do projeto através da Rede CataParaná.
Além do Sindibebidas, a secretaria estadual de Meio Ambiente tem termos de compromissos assinados com outros 17 setores, entre eles Alimentos de Origem Vegetal; Construção Civil; Eletricidade, Gás, Água, Obras e Serviços do Estado do Paraná; Madeira e Móveis; Metalmecânico; Minerais Não Metálicos e Reparação de Veículos, entre outros.
A ação, inédita no Paraná, permitirá o recolhimento de resíduos como estopa, óleo lubrificante usado, baterias de automóveis, madeira, ferro e tijolos.
Os setores apresentaram planos indicando as ações práticas de logística reversa, conforme prevê a Lei Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei Estadual 12.305/2010. “O Paraná é o único Estado que tem uma lei nesse sentido e que vem avançando no diálogo com os setores para colocar em prática ações que resultem em benefícios para a sociedade e para o meio ambiente”, destacou o coordenador de Resíduos Sólidos da secretaria, Vinicius Bruni.
O prazo para que os planos estejam 100% aplicados é de 10 anos, mas alguns setores já vêm implantando com embalagens. Os lubrificantes usados em veículos também estão sendo recolhidos pelas indústrias diretamente nos pontos de troca.
Fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=83587&tit=Projeto-ajuda-a-retirar-8-mil-toneladas-de-embalagens-do-meio-ambiente&ordem=1000