“Um tratamento adequado de resíduos pode ser uma verdadeira ‘mina de ouro’ e a engenharia é quem faz essas transformações”. A declaração foi do professor, doutor em Engenharia Mecânica, Alexandre Lopes, na manhã desta quarta-feira (05.11), que ministrou a palestra “Logística Reversa” promovida pelo Crea-MT, no auditório da Fiemt, em Cuiabá.

 

Lopes se referia aos números divulgados no relatório “Diretrizes para Estratégias Nacionais de Gestão de Resíduos: Dos Desafios às Oportunidades”, lançado em parceria com Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (UNITAR).

 

O estudo mostra que uma tonelada de lixo eletrônico reciclado poderia render o equivalente entre cinco e 15 toneladas de ouro e afirma que a gestão de resíduos não é apenas um desafio, mas “uma oportunidade inexplorada”.

 

“Além do potencial que pode ser extraído de uma tonelada de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos a pesquisa observa que a quantidade de cobre, alumínio e metais raros retirados do material reciclado excederia muitas vezes a quantidade encontrada naturalmente. Outros benefícios incluem a redução da emissão de dióxido de carbono e dióxido de enxofre para a atmosfera, aumento na geração de emprego e redução do desperdício de alimentos e poluição do ar”, citou. 

 

“O brasileiro precisa de uma mudança de cultura e de conscientização, precisamos entender que esses resíduos sólidos retornarão negativamente para todos nós e nossa família. A exemplo, de crianças que aparecem com câncer atualmente”, alerta. “Precisamos voltar a querer mudar o mundo. O maior lixão da América Latina está no Brasil -  na capital federal do país, em Brasília”.

 

Lopes também ressaltou que metade da população mundial, não dispõe de serviços cruciais de gestão de resíduos, o que significa um prejuízo significativo para o meio ambiente, a saúde e as economias.