Os preparativos da Copa no Brasil, e ela em si, fizeram crescer o volume de negócios e também a quantidade de lixo gerado, além dos materiais que são mandados de volta à sua origem.
A logística reversa, por sua vez, é a responsável por esse fluxo específico e a importância desse processo exibe duas vertentes naturais: a legal, que regulamenta o tratamento de mercadorias após a utilização, como por exemplo, baterias em geral e embalagens tóxicas; e a comercial, que visa tornar esse mesmo lixo em valor adicionado.
Na Copa, com a explosão do uso de produtos e processos política e ecologicamente corretos, a reciclagem ganha ainda mais força e a logística reversa é o motor que impulsiona esse movimento. Nesse sentido, como temos visto e presenciado, o aumento de geração de latas de alumínio, garrafas pet, vidro e papel contribui para a reciclagem e para a imagem das empresas que assim atuam, além, é lógico, de ajudar no impacto ao meio ambiente.
Assim, podemos concluir que três questões básicas levam ao retorno dos materiais e produtos: a legislação que obriga as empresas a recolherem e darem destino correto aos produtos após utilização; as tecnologias apropriadas e modernas que permitem, cada vez mais, o reaproveitamento de materiais e componentes; bem como aumentar a produtividade na reciclagem e a conscientização da população, de forma geral e cada vez maior, no sentido de dar o destino adequado aos materiais e produtos após fazerem uso deles.
Ainda com relação à demanda da Copa do Mundo no plano empresarial, alguns cuidados são notados. Nos centros de armazenagem, há necessidade de estruturar sistemas WMS (Warehouse Management System), que dão capacidade de manusear estes volumes crescentes e de difícil previsibilidade. Nas áreas de transporte, o uso de sistemas TMS (Transportation Management System), relativo à logística reversa, ainda mais que a logística tradicional, dá capacidade de resolver complexas questões de maximização de entregas e coletas simultâneas, além do mais se considerarmos as restrições estabelecidas, como capacidade de veículos e intervalos de períodos de tempo para locais e produtos determinados - áreas de restrição e materiais inflamáveis, por exemplo.
E o legado da Copa? O que se espera do depois? Várias inovações serão bem-vindas e terão seu espaço certo. Melhores formas de recolher materiais e produtos e levá-los de volta aos Centros de Distribuição e fábricas continuarão sendo o grande desafio.
Modelar e planejar estrategicamente os sistemas especialistas WMS e TMS, integrados aos Sistemas de Gestão Empresarial (ERP), a fim de ganhar este novo mercado, será a grande arma para fidelizar clientes e operar de forma lucrativa a prestação de serviços nas vendas e pós-vendas.
*Wagner Tadeu Rodrigues é presidente da Store Automação, companhia de Tecnologia da Informação especializada no setor logístico