Os resíduos gerados por oficinas mecânicas e pelas empresas de eletricidade, gás, água e obras terão destinação correta no Paraná. Atendendo o edital de chamamento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) apresentou nesta quarta-feira (13) os estudos para implantação do Plano de Logística Reversa de Resíduos Sólidos em nove Sindicatos da Indústria da Reparação de Veículos (Sindirepa) e Sindicato das Empresas de Eletricidade, Gás, Água, Obras e Serviços do Estado do Paraná (Sineltepar).

 

Os documentos foram entregues ao secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, pelo presidente da Fiep, Edson Campagnolo, e por representantes dos sindicatos.

 

Logística reversa é o nome dado ao processo de retorno de produtos, embalagens ou materiais para o local aonde ele foi fabricado, ou seja, para o local de origem. Para o secretário Cheida, a iniciativa da Fiep, do Sindirepa e do Sineltepar é o início da solução de um passivo ambiental enorme e que ainda existe no Paraná. "Mais uma vez o Paraná inova, a partir do momento em que a indústria busca soluções conjuntas para coleta, reaproveitamento e destinação adequada deste tipo de resíduo em todo o estado", afirmou Cheida.

 

“Este é um dia especial para o segmento industrial do Paraná, que dá uma belíssima contribuição para a sociedade”, afirmou Edson Campagnolo. “Existe uma lei que deve ser cumprida e a Sema não mediu esforços para que tivéssemos sempre um diálogo franco. Isso fez com que hoje o Paraná seja protagonista ao lançar essa iniciativa, que ainda não acontece em outros estados”, acrescentou.

 

DIAGNÓSTICO - Os planos foram desenvolvidos com a consultoria do Senai no Paraná e apresentam um diagnóstico da quantidade e tipos de resíduos gerados pelos segmentos em todo o estado. Com o estudo em mãos, os especialistas irão propor ações e metas para gerenciar cada tipo de descarte. 

 

Entre os principais resíduos gerados pelos setores estão o óleo, estopa contaminada, metais, sucata, restos de borracha, materiais contaminados com óleo, postes inutilizados, artefatos de concreto, cabos e entre outros.

 

A medida atende as determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a obrigatoriedade da logística reversa dos resíduos gerados pelos fabricantes. 

 

A logística reversa responsabiliza fabricantes e importadores pela destinação adequada dos resíduos gerados pelos seus produtos - inclui a coleta, reciclagem e reaproveitamento dos materiais. Para as indústrias, o grande desafio da logística reversa é garantir que o produto pós consumo seja reutilizado, diminuindo custos e impactos ambientais, como contaminação do solo e aumentando a vida útil dos aterros sanitários. 

 

ESTRATÉGIAS - Ao longo de 2013, sob coordenação do Conselho Temático de Meio Ambiente e com apoio técnico da Gerência de Fomento e Desenvolvimento da Fiep, foram realizadas diversas reuniões setoriais para definir cronogramas e estratégias para a implantação da logística reversa em diferentes segmentos industriais do Estado. 

 

O coordenador de resíduos sólidos da Secretaria do Meio Ambiente, Laerty Dudas, conta que os planos do Sineltepar e dos Sindirepas são os dois primeiros a serem entregues oficialmente para a Sema.

 

400 EMPRESAS - O presidente do Sindirepa Paraná, Wilson Bill, que representa o setor de reparação de veículos em Curitiba e Região Metropolitana, conta que a identificação dos resíduos do Sindirepa vem sendo desenvolvido desde 2003. "Lançamos uma cartilha para identificação dos resíduos e agora estamos com o trabalho pronto para implementação dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) nas empresas", conta Bill. “Para 2014, temos uma meta de fazer com que 400 empresas adotem o PGRS no Paraná. No próximo ano, devemos passar para 1 mil empresas”, disse Bill.

 

O Sindirepa também apresentou um baralho educativo que mostra os itens que irão gerar resíduos sólidos durante a manutenção preventiva dos veículos.

 

Além do Sindirepa Paraná, o plano inclui também os sindicatos de reparação de veículos com base em outros nove municípios: Bandeirantes, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Maringá, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo e Umuarama. 

 

OPORTUNIDADE - O presidente do Sineltepar, Valcideir Garcia, disse que, a entrega do plano demonstra a preocupação do setor com o cumprimento da lei. “Divulgamos junto a nossos associados a necessidade de que os empresários não vejam isso apenas como uma obrigação, mas também como uma oportunidade de negócios”, declarou.

 

O Sineltepar representa as empresas de geração de energia, transmissão, distribuição e serviços de construção de linhas de transmissão, linhas de distribuição, serviços de tubulação, construção de redes de gás e de água, entre outros setores. 

 

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